segunda-feira, dezembro 19, 2005

 

Freeport

manuskritica@mail.pt

Todas as sociedades, ou organizações sociais, culturais e políticas, seja lá o que isso for, sofrem transformações cíclicas.
Umas são visíveis, como o olhar pela História da Humanidade o pode comprovar, e pelas diversas designações que daí resultam como a Pré-História, a Idade Média, o Renascimento, o Iluminismo, o Absolutismo, o Século XX, o Século XXI, e todos os “ismos” e todos os séculos e a evolução que a espécie humana teve, seja lá o que isso for.

A cabra da economia de mercado, e todas as outras derivações obscenas que possui, ainda que possa admitir que detém pontos visionários interessantes, transformou a sociedade actual numa torturante máquina de inércia e de estupidez, à escala global. Essa perversão de um mercado comum criou uma nova forma de exploração, que se reflecte nos hábitos do consumidor.

Após um minucioso e objectivo estudo, elaborado pelas entidades competentes, e subsidiado, pois então, por algum fundo estrutural comunitário, concluiu-se que os políticos (classe política na sua generalidade...), não exercem, de forma credível e inteligente, as suas tarefas e funções. Assim, decidiu-se, de modo a conceder alguma harmonia às estruturas sociais, que estes serão substituídos, sem prazo definido, por empresários, e outra malta porreira do poder económico. Ou seja, estes últimos passarão a tomar todas as decisões do foro administrativo-financeiro da nação portuguesa.

Pretende-se, com estas novas medidas, desenhar uma estratégia de corporativismo, de modo a que o país se transforme numa grande empresa, num desígnio nacional, a que ninguém poderá dizer que não ou virar as costas.
Nesta nova linha de acção e de pensamento procurar-se-á produzir tentáculos que convertam esta entreajuda num sistema de franchising. Isto é, sabendo de antemão que os resultados serão satisfatórios, este modelo de reprodução de Portugal poderá, mais tarde, ser vendido para outras paragens, possuindo Portugal, os direitos de imagem e de autor dessa revenda.
Aliás, se todo o planeta pensasse desta forma, toda a vida na Terra seria diferente. Libertávamos facilmente toda a Lusitânia do pântano de ideias e de pensamentos em que se vive presentemente e estabelecia-se uma genuína e justa ordem social, aplicável em todas as realidades.

E o que fazer com os políticos?.. É simples. Compensava-se os gastos de recolocação com a construção de uns quantos empreendimentos outlet, exclusivo para políticos.
Como artigos para venda de consumo comum. Poder-se-ia comprar qualquer político, candidato ou não e a braços com a justiça ou não, a preços bastante acessíveis e fazer-se dele o que bem entender.

Mas, alto lá, essa coisa do poder económico mandar no país e de tomar as decisões verdadeiramente importantes é o cenário actual, no mundo inteiro.

Bom, mas que era giro essa coisa dos outlet de políticos, lá isso era...

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